A escola não se encerra em suas paredes e lousas

De acordo com o Projeto Político e Pedagógico da Escola do Bairro, os equipamentos públicos e privados do bairro são considerados extensão da escola. Museus, praças, parques, institutos de pesquisa, cinemas, arquitetura das casas, o modo como os moradores ocupam o espaço coletivo não podem estar fora de uma escola que propõe a inserção da criança no mundo da Cultura por intermédio da pesquisa, da exploração, da relação, do descobrir e do brincar.
Portanto, faz parte do currículo da Escola do Bairro diversas formas de exploração desse espaço “extra muros”, a depender das pesquisas nas quais os grupos estejam engajados. Por exemplo, em 2017, as crianças do Ciclo I do Ensino Fundamental (entre 6 e 7 anos), fizeram visitas mediadas nas casas uns dos outros com o objetivo de investigarem culturas diferentes materializadas em hábitos, gastronomia, arquitetura, uso do espaço, objetos…
O mesmo grupo esteve envolvido em uma pesquisa sobre os insetos do quintal da escola, que levou as crianças por duas vezes ao Museu do Instituto Biológico. Também foram ao MAC (Museu de Arte Contemporânea), parceiro da escola, investigar o autorretrato.
 
Muito além dos muros da escola: equipamentos do bairro, como a Cinemateca, integram a experiência escolar. Foto: Acervo Escola do Bairro
 
 
No Dia do Saci, a escola toda foi ao bambuzal do mesmo Museu do Instituto Biológico encontrar o Saci – e a Cultura brasileira. Brincar e aprender são parte do mesmo na infância.
Não à toa, em seu livro “Brincar na Educação Infantil”, Gisela Wajskop, diretora da Escola do Bairro e uma das principais especialistas brasileiras no tema, diz que “na situação de brincar as crianças se podem colocar desafios e questões além de seu comportamento diário, levantando hipóteses na tentativa de compreender os problemas que lhes são propostos (…)”.
A Cinemateca Brasileira foi outro destino frequente em 2017, assim como as ruas do bairro, sua organização geográfica, as distâncias, os nomes, os números das casas…
 
A folha de papel transforma-se no encontro com o bairro, as mãos, a água e a infância. Foto: Acervo Escola do Bairro
 

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