A escrita como investigação

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Desde muito pequenas, as crianças percebem e reproduzem os sons diversos e complexos que somos capazes de produzir em nossa fala. Balbuciam… Vão notando, também, que esses sons em forma de palavras têm sentidos e significados que se constituem nas relações e em contextos bastante singulares. Interessam-se por eles, por desvendá-los, reproduzi-los e usa-los em situações comunicativas.

Do mesmo modo, vão percebendo que aos sentidos falados correspondem gestos, sentimentos, imagens. E também de  palavras escritas que se utilizam de um sistema de representação particular baseado em letras. Vivemos em um ambiente letrado. Há letras por todos os lados, dos ônibus ao nome da rua em que vivemos. Do nome próprio à receita de bolo. Da carta ao ingresso de cinema. É natural que desejem dominar também esse sistema.

A escrita do idioma torna-se um objetivo instigante e significativo de investigação – ao contrário de apenas uma obrigação formal – a partir de um contato cotidiano com narrativas orais e do brincar imaginativo. Por meio de textos escritos de variados gêneros e usos, com oportunidades de escrita em situações significativas e práticas, as crianças vão experimentando escrever. 

Partindo de suas próprias hipóteses de escrita e sistematizando o próprio conhecimento, as crianças apropriam-se, em situações interativas e comunicativas, dessa habilidade e dominam, gradativamente a escrita formal, fazendo dela uma ferramenta de conhecimento do mundo.

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