Somos uma nova
escola de crianças

 

Um lugar.
Um lugar escolhido no bairro por ter história e natureza.
Um tempo e espaço para crianças muito pequenas, pequenas e maiores.
Com suas famílias diversas. Onde se pode mexer, brincar, correr, olhar, perguntar, explorar, constatar, conversar, trocar, empilhar, desenhar, pintar, cantar, dançar, modelar, costurar, ler, escrever, contar, investigar, registrar. Com os pares ou em grupos multietários. Um lugar para conviver e conhecer. A si mesmo e aos outros.
Os sentimentos e emoções.
As outras culturas e linguagens.
Nos livros, em espaços fechados e ao ar livre. Pela arquitetura, pelos objetos, com os 4 elementos da natureza. Terra, Água, Ar e Fogo. Uma nova escola na qual se acredita que bebês, crianças e adultos são pessoas pensantes, emocionais, interativas e culturais que aprendem por meio da brincadeira, da investigação e no contato com a natureza e objetos diversos.
Um sonho para sonhar junto.

Gisela Wajskop

Setembro de 2016

Agrupamentos

Atendemos crianças de 1 a 10 anos agrupadas em ciclos multietários. Entendemos que a mistura das idades é um importante fator no desenvolvimento de habilidades sociais, emocionais e cognitivas. Os ciclos, com duração de dois anos letivos, correspondem ao desenvolvimento e às necessidades dos bebês e das crianças e são organizados a partir dos seguintes critérios:

 

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CICLO INFANTIL I

Turma da Minhoca: Bebês e crianças entre 1 a 2 anos

Grupo de até 12 crianças com 2 professores-referência. A rotina se organiza em torno do brincar; de ambientes de experiências linguísticas, sensoriais e corporais; do contato cotidiano com a natureza; dos cuidados básicos; dos momentos da soneca e dos rituais de alimentação.  O agrupamento e a sala multiuso apropriada propiciam ambiente seguro e saudável para a conquista da marcha, da fala, da brincadeira do faz-de-conta, das múltiplas linguagens expressivas. Musicalização e danças populares.

CICLO INFANTIL II

Turma do Laguinho: crianças de 3 e 4 anos

Grupo de até 20 crianças com 2 professores-referência. Os espaços e os ambientes são planejados e estruturados para oferecer uma rotina na qual contar histórias, brincar de faz-de-conta, ajudar os menores a alimentar-se ou participar de diferentes práticas investigativas e das múltiplas linguagens são vivenciados de maneira única e singular. A curiosidade natural sustenta unidades investigativas experimentadas no contato diário com a natureza, por meio dos equipamentos do bairro, do contato com literatura de boa qualidade e tudo mais que possa ampliar os conhecimentos e experiências infantis. Musicalização, Danças populares e Brincadeiras em Inglês.

CICLO INFANTIL III

 Turma da Jabuticabeira: crianças de 5 anos

Grupo de até 20 crianças com 2 professores-referência. Rotina baseada em Unidades Investigativas Multidisciplinares: Faz-de-Conta, Cem Linguagens Infantis, Observação e Documentação. Ampliação das práticas associadas ao letramento, aos conhecimentos da natureza, ao pensamento crítico e matemático, às competências socioemocionais. Brincar como forma genuína de expressão e comunicação. Ferramentas para uso enriquecido das múltiplas linguagens expressivas. Música, Capoeira e Brincadeiras em Inglês.

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ENSINO
FUNDAMENTAL I

As salas são organizadas por Ciclos de 2 anos letivos, e o trabalho organiza-se em torno de unidades investigativas temáticas e interdisciplinares fortemente sustentadas pela aprendizagem baseada na brincadeira, na experimentação, na investigação, na sistematização, na documentação e no desenvolvimento de um pensamento sensível, crítico, científico e de uma atitude solidária e protagonista. O uso das múltiplas linguagens – visuais, musicais, corporais, escritas, etc. mantém-se como forma de expressão e apreensão das experiências.

Ciclo I – Turma das Amoreiras: 6 anos completos ou a completar em 30 de junho do ano da matrícula

 

Ciclo de Alfabetização – Rotina organizada em torno da oferta de ambientes que visam enriquecer o interesse natural das crianças pela leitura, pela escrita e pela sistematização de suas práticas investigativas espontâneas. Foco na curiosidade, no trabalho em equipe, nas brincadeiras e nas culturas universais humanas. Capoeira, Música e Instrumentos Musicais. Brincadeiras e literatura em Inglês.

Ciclo II – Turma das Janelas: crianças de 8 e 9 anos – equivalente a 2º e 3º anos

 

Rotina em torno de Unidades Investigativas transdisciplinares baseadas nas aprendizagens aprofundadas da Língua Materna, da Matemática, das Ciências, da Natureza e da Sociedade. Descoberta e Ocupação do Bairro por meio da parceria com os equipamentos urbanos parceiros: MAM, MAC, Museu Afro-Brasileiro, Umapaz, Cinemateca, Museu Lasar Segal, Parque Ibirapuera, Planetário, Instituto Biológico, UNIFESP, etc. Capoeira, Música e Instrumentos Musicais. Práticas cotidianas de Língua Estrangeira.

Ciclo III – Turma Autoral: crianças de 9 e 10 anos – equivalente a 4º e 5º anos

 

Rotina em torno de Unidades Investigativas transdisciplinares baseadas no uso fluente da Língua Materna, da Matemática, das ferramentas e pensamentos originários nas Ciências, na Natureza e na Sociedade. Ocupação do Bairro e parceria com os equipamentos urbanos parceiros. Projetos coletivos de impacto social e ambiental. Capoeira, Música e Instrumentos Musicais. Práticas cotidianas em Língua Estrangeira. Intercâmbio estudantil no Brasil e no exterior.

Rotina

A rotina da Escola do Bairro organiza-se em torno das brincadeiras, das experimentações, das investigações e das necessidades das crianças.

Nossa jornada diária é extendida, com duração mínima de  seis horas, em dois períodos:

manhã (8h às 14h)

e tarde (13h às 19h).

Cardápio

Semanalmente, as famílias recebem o cardápio dos almoços, lanches e jantares oferecidos às crianças. Nossa alimentação é orgânica e integral sempre que possível, caseira, feita na hora, rica em legumes, frutas, verduras e grãos. Natural e pouco processada. Com orientação de nutricionista.

Nosso cardápio é inspirado nas cozinhas tradicionais do Brasil e do mundo, e nossas refeições alimentam também as relações entre crianças e adultos, com tempo, tranquilidade e respeito. Sem pressa e com sabor.

 

Faça o download do cardápio

Professores

Os professores e seus auxiliares são figuras referência que escutam e atendem os bebes e as crianças em seus processos de interação, experimentação, descobertas e construção de laços afetivos e de tramas de conhecimentos. Os adultos são seus parceiros mais experientes que criam oportunidades e ambientes seguros nas quais as ideias, hipóteses, experimentações e explorações dos bebês e das crianças são respeitosamente desafiadas, testadas, redefinidas em constante diálogo com o que se conhece dos processos de desenvolvimento afetivo, emocional, cognitivo e social infantil, com as culturas infantis e com os conhecimentos humanos múltiplos e universais.

Para sustentar esses processos de aprendizagem e pesquisa das crianças, nossos professores vivenciam, eles próprios, novas experiências e investigações.

Nossa Escola de professores constitui-se em espaço de formação permanente e  de pergunta, investigação e orientação constante com profissionais de dentro e de fora da escola.

Princípios

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Direito à educação

O direito universal à educação dos bebês e das crianças será garantido por meio de ambientes de experiências e oportunidades diversificadas baseadas em valores humanitários, na solidariedade e na cooperação.

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Brincadeiras

Bebês e crianças são sensíveis e curiosas por natureza. A brincadeira é a linguagem pela qual aprendem e ela será garantida em todos os momentos da vida institucional.

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Pedagogia da Investigação

Uma Pedagogia da Investigação será desenvolvida diariamente para que os bebês e as crianças aproximem-se com curiosidade dos quatro elementos naturais – Terra, Água, Ar e Fogo e dos conhecimentos acumulados pela humanidade.

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Extensões da escola

A escola é considerada um equipamento urbano. O bairro é uma escola viva e se constitui em extensão escolar. As culturas do bairro, da cidade e do universo geral humano serão apresentadas aos bebês e às crianças de maneira adequada para que possam conviver, brincar, participar, explorar, expressar, conhecer-se, crescer e aprender em experiências na/da vida real.

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Terceiro educador

A arquitetura e sua paisagem inspira-se na arquitetura brasileira rural, urbana e contemporânea pois é considerada um terceiro educador. Os espaços são multi-usos, tanto os internos como os externos e oferecem múltiplas explorações, descobertas e aprendizagens infantis.

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Parceria

Os professores, colaboradores e funcionários são parceiros mais experientes cuja função é observar e ouvir com atenção e amorosidade para criar, de maneira intencional, oportunidades e ambientes desafiadores mediados por materiais, pela Ciência, pela Arte e pelas diferentes linguagens.

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Experimentabilidade

A escola pretende-se em permanente construção possuindo, portanto, um caráter experimental e investigativo que pretende partilhar com as famílias diversas que compõem sua comunidade interna.

Aprendizagem pela investigação

 

“O conhecimento pronto estanca o saber, e a dúvida provoca a inteligência”

Lev Vygostky.

 

A pergunta

Nossa metodologia parte de um conhecimento profundo sobre o modo como os bebês e as crianças aprendem. Sabemos que a aprendizagem é construída pelo sujeito a partir de situações concretas e significativas que o levam a perguntar, a investigar, a levantar hipóteses e a testá-las.

A aprendizagem pela investigação parte da curiosidade natural de bebês e crianças, propiciando ambientes e oportunidades para explorar, perguntar descobrir, registrar e comunicar, movendo-os dessa maneira da posição de querer saber para uma posição de compreensão que cria mais perguntas.

 

A experimentação

Valorizando a curiosidade, a experimentação e a descoberta a escola oferece práticas intencionais e organizadas, permanentes, com base nos princípios científicos que propiciem ensaio e erro para ajudar as crianças a construírem a compreensão de fatos, conceitos, fenômenos e toda sorte de conhecimentos sob a direção de um parceiro mais experiente representado pelos professores ou especialistas convidados a colaborar.

Assim, ao invés de “aulas”, práticas de pesquisa e projetos que articulam-se em unidades investigativas multidisciplinares.

 

Os professores

Os professores e seus auxiliares têm aí um papel ativo durante todo o processo por meio da criação de uma cultura, ambientes e oferta de oportunidades nas quais as ideias, hipóteses, experimentações e explorações dos bebês e das crianças são respeitosamente desafiadas, testadas, redefinidas em constante diálogo com o que se conhece dos processos de desenvolvimento afetivo, emocional, cognitivo e social infantil, com as culturais infantis e o conhecimento humano em geral.

 

As linguagens

A língua é a base para pensar, comunicar e aprender. Bebês e crianças exploram ludicamente a linguagem e começam a compreender que precisam da linguagem para brincar e para se expressar e comunicar o que sabem e o que querem aprender.

Assim, o trabalho com as múltiplas linguagens expressivas, com a oralidade, com a leitura, com o desenho, com as artes, com a matemática, com o corpo, com o brincar, com a escrita são eixos do trabalho em todos os ciclos, considerando-se que o ensino da Língua e de competências iniciais de letramento é incorporado em todo programa, pela presença constante de materiais expressivos, sonoros, livros e material escrito em todos os ambientes da escola.

Brincar para aprender

 

A brincadeira dos bebês e das crianças tem um valor inestimável para suas aprendizagens, principalmente no que se refere às interações humanas e ao desenvolvimento das linguagens e da imaginação. É por meio dos gestos, dos sons e do uso substituto de objetos variados que as crianças pequenas entram, pela primeira vez, em contato com a linguagem humana significativa, comunicacional e expressiva que medeia a relação com outras pessoas. Isto porque a brincadeira é, ela mesma, a primeira linguagem significativa usada com e pelas crianças em situações mediadas por um adulto ou uma criança mais experiente. Mais do que um comportamento, a brincadeira é uma linguagem complexa, aprendida pelos bebês quando interagem com seus cuidadores primários (mãe, pai, educador, etc.) em fortes contextos afetivos e emocionais. A brincadeira é a dimensão cultural que preenche e dá significado às relações que bebês e crianças passam a estabelecer com as pessoas que conhecem e passam a vincular-se emocionalmente. Por isso, a brincadeira é central na organização dos tempos, espaços e seleção dos materiais na Escola do Bairro por permitir que bebês e crianças explorem, experimentem, interajam e imaginem por meio da linguagem do faz-de-conta para se constituírem nela a partir dos personagens que experimentam.

Leia mais.

Espaços e arquitetura

 

Na pedagogia inovadora da Escola do Bairro, a aprendizagem não é sustentada em aulas expositivas, mas na investigação das crianças a partir de sua curiosidade natural e com apoio dos adultos. Toda a arquitetura da escola -da ocupação do espaço à estética do prédio- permite e instiga essa investigação, “convidando” bebês e crianças a explorarem, perguntarem, brincarem, relacionarem-se, descobrirem, moverem-se.

Inspirações

 

A Escola do Bairro nasce do encontro que temos vivenciado dentro e fora da escola. Valores, sonhos, utopias, espaços e tempos iluminam suas bases. A seguir, alguns daqueles que, em educação, vêem ouvindo e fazendo ouvir crianças com direitos a adentrar o mundo da cultura e da escola, com curiosidade e protagonismo.

 
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Celestin Freinet

Pediatra

“As aquisições não são obtidas pelo estudo de regras e leis, como às vezes se crê, mas sim pela experiência. Estudar primeiro as regras e leis é colocar o carro à frente dos bois. As regras e leis são fruto da experiência, de outro modo não passam de fórmulas sem valor.”

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Donald Winnicott

Pediatra

 “No brincar -e somente no brincar- a criança e o adulto, como indivíduos, são capazes de ser criativos e de usar o potencial total de sua personalidade. E só ao ser criativo o indivíduo se descobre a si mesmo”

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Gisela Wajskop

Socióloga e Educadora

“Em suas brincadeiras, especialmente as denominadas de faz–de-conta, onde assumem as crianças diferentes papéis, elas podem desenvolver a linguagem explícita letrada, a meta-linguagem – consciência do funcionamento da linguagem – assim como diversas narrativas baseadas na gestualidade, na manipulação de objetos e na expressão oral.”

 

 

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Hannah Arendt

Filósofa

“A escola não é de modo algum o mundo, nem deve ser tomada como tal; é antes a instituição que se interpõe entre o mundo e o domínio privado do lar”

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Janusz Korczak

Pediatra

“As crianças não vão tornar-se pessoas no futuro, porque já são pessoas”

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Lev Vygotsky

Psicólogo

“A aprendizagem humana pressupõe uma natureza social específica e um processo mediante o qual as crianças acessam a vida intelectual daqueles que os rodeiam”

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Monteiro Lobato

Escritor

“Quem mal lê, mal ouve, mal fala, mal vê”

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Paulo Freire

Educador

“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar a possibilidade para a sua própria produção”

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Simone de Beauvoir

Escritora

“Querer ser livre é também querer livres os outros”

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Walter Benjamin

Ensaista

“Todo hábito entra na vida como brincadeira e, mesmo em suas formas mais enrijecidas, sobrevive um restinho de jogo até o final.”